Um dos maiores desafios da educação dos filhos é lidar com a birra.
Entendê-la para eliminá-la! É possível?
“Meu filho tem 2 anos. Ao ser contrariado se joga ou deita no chão e começa a gritar. Eu tento conversar e nada adianta. Ele parece não me ouvir. Não sei mais o que fazer.”
“Quando meu filho é contrariado ele chora, grita, joga as coisas, se joga no chão, quer nos morder e bater. Já não sei mais o que fazer. Ele que só tem 2 anos e 5 meses. O que eu faço? Falo firme, mas nada adianta.”
Você já passou por alguma dessas situações? A criança pequena não sabe se comunicar totalmente pela fala e, por isso, costuma usar o choro para conseguir o que deseja. Esse choro pode se transformar em birra.
Mas o que é birra?
1- Uma forma de comunicação – A birra é uma das maneiras que a criança usa para se comunicar com o adulto. Ela é uma pista para os pais de que, provavelmente, estão cedendo demais nos momentos em que deveriam ser mais firmes.
2- Uma forma de manipulação – A criança manipula o adulto com a birra. No entanto, da mesma forma com que ela aprende a fazer birra, também aprende a conseguir o que deseja pela conversa. A criança aprende que não é tudo que ela quer que ela pode ter. Essa aprendizagem depende muito mais dos pais do que da criança, porque a postura deles diante das birras faz toda a diferença.
Mas como eliminar a birra?
1- Esqueça os rótulos – Há adultos que dão “rótulos” às crianças de acordo com o comportamento que elas apresentam em determinadas situações: “as tímidas”, “as teimosas”, “as de temperamento forte”.
Essas afirmações, além de injustas, trazem enormes prejuízos para o desenvolvimento saudável das crianças. A birra, por exemplo, fica justificada e aceita sob o rótulo de “criança determinada”. Nesses casos, a falta de limite impera, principalmente nos momentos em que a criança é contrariada. A interrupção de uma brincadeira para a criança ir tomar banho pode ser o estopim para uma explosão de birra.
2- Coloque limites – Quando for preciso falar um “não”, colocar limite, é preciso falar com firmeza e tranquilidade. A criança percebe o tom da voz do adulto e isso faz toda a diferença. Quando a criança percebe que o adulto não vai ceder, então ela cede. Há situações em que a criança não tem escolha: tomar banho, almoçar, jantar, ir à escola, trocar de roupa. Isso tudo é limite. Limite necessário.
3- Sustente os limites – Diante da birra, muitos pais se sentem assustados e amedorontados. Esquecem que são os guias, o “porto seguro” da criança. Sustentar o limite é essencial para eliminar de vez a birra.
Acabar com as birras está nas mãos do adulto. Nós, adultos, é que ensinamos às crianças outras maneiras de comunicação e que nem tudo que a criança quer, ela pode ter. É o aprendizado do “sim” e do “não”, do “pode” e “não pode”.
A birra faz parte do processo de desenvolvimento do ser humano. Não há nada de errado com a criança que faz birra. À medida que ela vai entendendo que choros e gritos não farão você ceder, a birra é colocada de lado de uma vez por todas.