Acabar com as brigas na hora do almoço e do jantar, é hoje, um dos maiores desafios da criação dos filhos. Brigas e mais brigas, porque a criança se recusa a comer o que lhe é oferecido. Ela grita, chora, se debate, joga a comida fora e não come. Em muitas famílias, refeição é sinônimo de conflito.
Por isso, para muitas mães, a TV tem sido a única saída para que seus pequenos se alimentem. Enquanto ficam distraídos com a “telinha” vão engolindo o que é colocado na sua boca. Não sabem o que estão comendo. Apenas comem.
Assim, hipnotizadas pela TV, as crianças deixam de construir uma relação saudável com o ato de alimentar-se. Elas não estão aprendendo que comer tem a ver com sobrevivência, é essencial para o ser humano.
Enquanto assiste à TV, a criança não constrói o prazer pelo ato de alimentar-se.
Ela não aprende:
– O sabor, o cheiro, a textura, as cores e as formas de cada alimento;
– O nome dos alimentos;
– A escolher o que ela quer ou não quer comer;
– Quando parar de comer, porque está satisfeita
– Que alimentação tem a ver com saúde.
É o que está vivendo essa mãe que encontrou na TV uma maneira de fazer seu filho engolir a comida, sem resistir:
“Meu filho tem 1 ano e 4 meses. Todos os dias são brigas e mais brigas na hora de comer. Ele fica no cadeirão, mas rapidinho vira o rosto de um lado para o outro, rejeita a comida e grita para sair. Então, desesperada, eu ligo a TV. Enquanto ele está distraído, olhando os desenhos, eu ponho a comida na boca dele. É assim que ele vai comendo.”
A falta de tempo e de paciência acabam impedindo que pais e mães ensinem aos seus pequenos o valor de se sentar à mesa, em família, para alimentar o corpo.
Em muitas famílias, o hábito de comer assistindo TV está tão consolidado que se transformou em algo natural. Anormal é preparar uma mesa para que todos possam comer juntos. Isso significa perda de tempo. E não são poucas crianças que têm TV no quarto e acabam fazendo as refeições ali mesmo.
Mas é desde pequeno que se aprende a comer em família, conversando, experimentando sabores, sem medo do gosto. Juntos, todos aprendem a comer bem.
1- Seja exemplo
Seu filho está “de olho em você.” Ele está observando e aprendendo o tempo todo com você.
Ele não vai querer comer sentado à mesa, se os pais estão comendo e assistindo TV ao mesmo tempo, sentados no sofá.
2- Procure agir por antecipação
Avise seu filho, mais ou menos dois minutos antes, que está chegando a hora de comer, todos juntos, à mesa e a TV vai ser desligada. Ele vai se sentir respeitado.
3- Dê uma olhada na rotina
Pode ser que seu filho esteja sentando para comer de “barriguinha cheia.” Se for assim, ele não vai querer comer no momento em que a refeição for escolhida.
Dê uma olhada nos horários e na quantidade. Se ele está com fome, provavelmente, come melhor.
4- Ofereça alimentos variados
Ofereça, sempre, alimentos variados e nutritivos. Com muita paciência e persistência.
Os especialistas são unânimes em afirmar que o alimento precisa ser oferecido muitas vezes até a criança definir, por ela mesma, se gosta ou não. Alguns afirmam que o alimento deve ser oferecido 10 vezes, outros 13, outros 20 e outros, até 40 vezes.
5- Refeições sempre à mesa
Todas as refeições, almoço, jantar e lanche devem ser feitas à mesa, se possível, todos juntos. Esse momento é muito importante para a interação da família e também para que pai e mãe sejam exemplos para os filhos. É um momento de aprender.
Mesmo se a criança come em horários diferentes dos pais, a refeição deve ser servida na mesa.
6- Não se preocupe com a quantidade
Ofereça os alimentos em pequenas porções. Caso seu filho queira repetir, é só colocar mais. Quando a criança consegue comer toda a porção, fica entusiasmada e isso é parte importante na construção do gosto por alimentar-se com qualidade.
Permita que seu filho aprenda o valor que o alimento tem para a saúde. Ele confia e conta com você.