Quando a criança perde alguém querido para a morte, ninguém sabe o que fazer. Como explicar? O que dizer?
Um dia, todos nós teremos que enfrentar a morte e as perdas que ela representa. As crianças não estão livres desse momento.
Por isso, a morte não pode ser tratada como algo proibido. É urgente tratar esse assunto como parte da vida. Sem tabus, respeitando a criança e as crenças de cada família.
Parece difícil? Nem tanto. Veja como isso é possível:
1- Conte histórias
As histórias introduzem a criança nos assuntos que são humanos.
Por isso, não tenha medo de contar para seu filho histórias que falem de morte e dos sentimentos que ela provoca.
É através das histórias que a criança vai aprendendo a lidar com as dúvidas e incertezas próprias da vida.
2- Fale a verdade
Falar a verdade é sempre a melhor opção. Isso significa respeitar a criança como alguém que também tem o direito de saber o que está acontecendo à sua volta.
Lembrando que é necessário levar em conta a idade da criança e poupá-la de detalhes que ela não poderá compreender. Esse cuidado é importante, porque a criança não vai entender, por exemplo, um acidente ou doença grave. O sofrimento poderá ser ainda maior.
3- Esteja pronta para responder a mesma pergunta muitas vezes
A criança muito pequena, de até 4, 5 anos, não vai entender que a morte do ente querido significa que ele não vai voltar nunca mais. Por isso, ela poderá esperar e perguntar quando a pessoa vai voltar, mesmo se já lhe foi falado que essa pessoa morreu.
A criança maior, acima de 6, 7 anos pode entender a permanência da morte, e que quem morreu não vai mais fazer parte do seu convívio.
Mas ela também vai fazer perguntas e querer saber mais sobre o que aconteceu.
Dica valiosa: devolva a pergunta para a criança para saber o que ela realmente deseja saber e até que ponto ela compreende o que perguntou.
4- Levar ao velório: sim ou não?
Depende. Se a criança desejar, não tem problema nenhum. Poderá levar flores e até, se quiser, ver a pessoa que morreu. A postura do adulto que acompanha a criança é que faz toda a diferença.
Dica importante: jamais obrigue a criança a fazer o que ela não quer.
5- Deixe a criança viver o luto
Choro e saudade são próprios dessa fase e, se a perda for de alguém muito próximo, é preciso respeitar o tempo de luto da criança.
Isso significa não iniciar nenhum processo que represente um grande desafio para ela como, por exemplo, iniciar o desfralde, o desmame ou até mesmo a retirada da chupeta.
O adulto não deve esconder o seu luto da criança. Mostrar que também sentimos falta de quem se foi ajuda a criança a lidar e entender o que ela está sentindo.
É importante tratar a morte como algo natural e humano, apesar de todo saudade e dor que ela representa.
É assim que você pode ajudar seu filho a se fortalecer para lidar com os desafios que a morte representa na vida de cada um de nós.