Você enrola seu bebê em manta?
Muitas pessoas acreditam que enrolar os bebês em mantas é coisa do passado e que essa prática traz para eles, na verdade, calor e desconforto. No entanto, não é bem assim.
Tenho visto bebês recém-nascidos vestidos com roupinhas muito leves sendo segurados nos colos das mamães, papais, titios, primos, avós… Mesmo segurando com toda a delicadeza, é possível perceber o incômodo das pessoas que estão com eles nos braços e também dos bebês que muitas vezes é mostrado através do choro.
É isso mesmo! O bebê começa a chorar e todas as tentativas para acalentá-lo são em vão. O que era para ser um momento agradável em família se transforma em desconforto e mal estar. Foi exatamente essa situação que eu e minha irmã vivenciamos ao visitar uma prima e seu bebê de trinta e cinco dias e que me inspirou a escrever este artigo: o bebê estava deitado na cama vestido com uma roupinha bem leve devido ao forte calor que fazia. Assim que a mãe pegou o filho no colo, ele começou a chorar. Ela ofereceu o peito, mudou a posição de segurá-lo, colocou de volta na cama e nada o acalentava. Então minha irmã pediu licença para a mãe, enrolou o pequeno em um lençol de algodão e o segurou nos braços. Ele foi se acalmando e dormiu!
Se isso tem acontecido com seu filho, experimente envolvê-lo em uma manta de maneira delicada, mas firme. Os braços devem ficar em cima do peito. À medida que vai crescendo eles ficam mais soltos para não impedir os movimentos. Você vai ver que aquele aconchego, além de acalmar o bebê, também traz mais segurança para quem vai segurá-lo nos braços.
Aprendi a envolver meus filhos em mantas com a minha mãe. Eu também cobria uma das pontas da manta com um tecido triangular, chamado vira manta. Esse tecido era leve e enfeitado com bordados delicados para não incomodar o bebê. Assim, formava-se uma espécie de capuz que protegia a cabeça e o pescoço. Ficava mais fácil segurar o bebê nos braços. Muitas vezes os ensinamentos das vovós são de grande valor e trazem muita sabedoria, não se esqueça disso!
Os tipos de manta variam de acordo com a temperatura e o gosto da mamãe. Os meus filhos tinham mantas para serem usadas em diversas situações. Se estava frio as melhores eram as de flanela. Se estava calor era a vez das de malha ou as chamadas “dupla face”: de um lado lese e do outro fustão. Sempre usei e recomendo. Não tenha medo e nem pense que você está fora de moda enrolar seu bebê em uma manta, principalmente quando alguém for segurá-lo nos braços e na hora de dormir. O importante é envolver o bebê confortavelmente e permitir que ele se sinta seguro e acolhido.
À medida que seu filho cresce, a manta vai sendo retirada. Vai depender de cada bebê, mas costuma ser por volta dos dois ou três meses.
Se o choro e incômodo do seu filho persistirem, mesmo depois de enroladinho na manta, é melhor ficar atenta para a possibilidade de procurar o pediatra.